Por: Edson Santos de Lima
A construção de um estádio para o
S.C.Corinthians Paulista sempre foi um sonho para
muitos presidentes, diretores e principalmente torcedores.
Com alarde e algumas maquetes , muitas vezes se divulgou na imprensa o sonho
da construção do Estádio que seria a casa dos corinthianos.
O primeiro projeto foi em 1968 e efetivamente foi
apresentado como a remodelação do próprio Estádio Alfredo Schurig (Parque São
Jorge) que passaria a ter 133 mil lugares com uma perspectiva futurista para a
época.
Para viabilizar a construção do estádio,bem como
aumentar a receita do clube, foi criado o Carnê Corintião, este foi durante
algum tempo ( gestão do Presidente Wadih Helu de 1961 a 1971)um projeto polêmico
que perdeu força
e foi aos poucos deixado de lado. Com a
chegada de Vicente Matheus a presidência em 1972, a intenção de construir um
estádio quase se tornou uma obsessão. A primeira tentativa foi em 1975, num
projeto que envolveria todo o clube. Mas acabou abandonado quando Matheus
passou a cogitar o maior de todos : o Coringão,para 200 mil pessoas.
Seria o maior estádio do mundo - o Maracanã já estava
encolhendo na época . O então presidente fez de tudo para obter ajuda do poder
público. Conseguiu em 1980, quando a prefeitura
cedeu 197 mil metros quadrados em Itaquera, então um bairro em formação.
Não era o local preferido dele – queria no bairro de Aricanduva
, mas não foi possível e seguiu adiante.
O Carne Corinthião resurgiu com força total em julho
de 1979, prometendo prêmios a seus compradores e o tão sonhado lar para o
Corinthians. Em apenas 23 dias foram vendidos 500 000 talões , garantindo aos
cofres do Parque São Jorge um lucro líquido de 53 milhões de de cruzeiros.
Em 1980, desta
vez sob a supervisão do Departamento de
Sorteios, Consórcios e Prêmios do
Ministério da Fazenda, era lançada a segunda versão do Corinthião. Novo estouro
de vendas : dos 500 000 talões
colocados a venda, os torcedores compraram
420 000. Com a renda dos dois carnês, somente o projeto do estádio pôde ser
pago. Valdemar Pires e Roberto Pásqua,
os dois presidentes que vieram depois de Vicente Matheus, também repetiram a
experiência. Pires teve 360 000 carnês vendidos em sua gestão , 40 000 menos
que Pásqua.
Mas,
nessa época, o clube já havia perdido a concessão do terreno de Itaquera por
não haver iniciado a construção do estádio dentro do prazo de dois anos exigido
pela Prefeitura de São Paulo.
"Conseguiremos
essa área de volta", prometia Matheus. "Só falta a Câmara Municipal
aprovar sua cessão. Desta vez não iremos perdê-la, como aconteceu em outras
administrações." E o presidente corinthiano dizia que iria fazer quantos
carnês fossem necessários para erguer o estádio. Se o sonho ainda não tinha
sido realizado (em 1987) os prêmios do Corinthiao pelo menos, fizeram a
felicidade de muita gente. Ao todo foram distribuídos 4 625 - de carros a
batedeiras .
Passados
muitos anos, em 2014 a Arena Corinthians é uma realidade e sem a ajuda de
carnês ou algo do gênero, é hoje motivo
de orgulho não só para os Corinthianos, como todos os que gostam do futebol.
Os
tempos dos "estádios de papel" do
Corinthians são hoje apenas lembranças que hoje trazemos para os
leitores do Futgestao .
Fontes:
Milton Pazzi Jr./O Estado de São Paulo
Kassia Caldeira/Revista Placar
Estamos começando este trabalho de publicação do material que produzi durante muito tempo de pesquisa. Espero que gostem. Abraço a todos
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